
Galactica não erra, por isso mostrou-se ser uma das melhores séries dos últimos tempos. E olha que sou um pouco chata para seriados, começo adorando a primeira temporada e acabo odiando as reviravoltas que os roteiristas dão para as
temporadas seguintes. Foi assim com Lost. De série preferida ela tornou-se a mais chata de todas para mim. Todos os seus personagens e enredos foram se
desconectando de tal maneira que ao chegar na terceira temporada, a impressão que fica é que
estou assistindo a uma verdadeira encheção de lingüiça.
Mas não é o que acontece com Galactica. A série evolui e continua uma delícia. No fim da terceira temporada ela está cada vez melhor. A mistura drama e ficção científica nunca foram caminharam tão bem juntas, e as questões da humanidade versus máquina é magistralmente bem representada sem os clichês de que estamos acostumados. Os personagens vão se revelando e evoluindo sem nunca perderem a consistência, e nossa empatia com eles fica incrível ao desenrolar das temporadas. Os chamados Cylons, vilões da série, são uma mistura de humanos com máquinas, e perseguem a humanidade espaço afora para destruir toda nossa civilização e tomar nosso lugar, pois consideram-se mais evoluídos e perfeitos do que nós. Mas como foram criados pelos homens, aos poucos vão apresentando conflitos e sentimentos muito semelhantes à de seus criadores, e alguns passam a apresentar sinais de individualidade. Quanto aos humanos, que são constantemente perseguidos e exterminados, ficam confusos diante de uma raça tão semelhante a sua. Ao descobrirem que alguns de seus colegas de convivência não são humanos, mas sim Cylons infiltrados, os humanos nem sempre sabem lidar com isso, e acabam incorporando os não-humanos em suas comunidades, movidos por sentimentos de paixão e confiança, mesmo sabendo que aqueles indivíduos possam se rebelar e exterminá-los a qualquer momento.