terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Madonna: e lá fomos nós!



Trabalhando em pleno sábado (essa vida de isaura me mata!) e no momento o que me resta é lembrar de coisas boas que aconteceram nesses últimos dias. E o que me vem a cabeça foi um dos melhores acontecimnetos de 2008 (e olha, foram pouquíssimos): assistir a Madonna ao vivo no Morumbi. Um pouco atrasado para se comentar a respeito, mas só agora deu tempo relembrar e contar.

Quarta - feira à noite, eu e Tamye chegamos a conclusão de que estava muito encima da hora para conseguir uma excursão até São Paulo. A solucão? Irmos de carro por conta própria, mesmo não sabendo como faríamos para estacionar ou como chegar ao estádio.
Coisas essencias para qualquer show (me preparei como se fosse fazer uma trilha): capa de chuva, desodorante reserva (levo sempre!) celular, protetor solar e blusa para o frio. Não sabia se iria chover (e não choveu!) mas toda precaução é pouca.
Quinta-feira, dia do show, eu e amiga fazemos um lanche rápido, sacamos uma quantia razoável de dinheiro no caixa e partimos pra Sampa. Viagem tranquila na estrada, mas transito muito lento na marginal (novidade)chegamos ao estádio sem problemas. O estacionamento? 100,00 reais. Isso mesmo, estacionamento ao lado do estádio por CEM realetas e sem a possibilidade de qualquer negociação. Um verdadeiro absurdo!
Conseguimos uma única vaga na rua ao redor do estádio, e obviamente fomos assediadas por flanelinhas sacanas que aproveitam destes eventos para extorquir as pessoas, que dificilmente irão negar o valor que eles pedem por medo de voltarem e encontrarem seus carros danificados.
Umas duas horas na fila (onde eu comprei um binóculo para ver a véia mais de perto) e uma vez lá dentro foi só alegria. Pegamos ótimos lugares (arquibancada azul) com uma vista panorâmica do palco. Enquanto o show não começava, caímos de cabeça nas pipocas, salgadinhos e cervejas que os tiuzinhos estavam vendendo, tudo muito caro. Não estava muito econômica naquele dia, e tomei mais cerveja que a grana e a bixiga podiam bancar. Resultado: corrida para o banheiro umas 3 vezes antes do show começar, correndo entre a multidão e pisando nos pés de quem estava sentado.

Começa o show, cada um em seus respectivos lugares e com as bixigas devidamente vazias, eis que surge a Madonna em seu trouno. Muitas músicas do novo cd (que escutei até furar) e as antigas em novas versões. Sem dúivda a parte Top do show é Like a Prayer, essa sim, fez o Morumbi berrar e dançar feito louco. Gostei de Ray of Light, Miles Away (lindo vídeo na tela) e a animação da marca Prada em momento dos intervalos. Madonna é categórica e não ousa sair do script, interage pouco e desafina muito. Dança muito bem, cabelos loiros e ondulados na altura das costas, pula pra lá e pra cá de salto alto sem cansar.Os modelitos nada bonitos, ela bem que poderia desemcanar daquela franja. Amei, amei, amei.

***

E o Natal e ano-novo passaram e eu nem ví. Ocupada no trabalho e com a cabeça borbulhando em pensar na vida que me espera. A virada foi em casa mesmo (a-hã, em frente a TV e de moletom, com o namorado do lado sem muita animação também). O Natal foi um pouco melhor, com direito a comida boa e presentes super bacanas. Teve perfume novo para a coleção e maquiagens que estavam faltando. Natal é a época que eu guardo para comprar e pedir as coisas que fui vendo e gostando ao longo do ano. Minha lista (muito generosa, pedi pra conhecida trazer do Dutty free, já que viajar está difícil):








Tá bom de mimos até o próximo natal.


E os incríveis insetos-plantas, que vi no universo42. Pego as fotos para enfeitar. Acho lindas.



terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Natal!

É quase 2009 e até agora não parei para pensar nos resultados que obtive este ano. Algumas coisas estão atrasadas e aos poucos vou tentando organizar vontades e projetos. O meu eu "lírico" gostaria de estar por aí viajando e aprendendo novas línguas, tendo o meu próprio apartamento, mais dinheiro e todo o tempo do mundo para ficar ao lado do amor, seja tomando sol numa piscina ou mochilando pelo litoral. Mas o eu "verdadeiro" está um pouco atarefado no momento. O lado positivo é que finalmente pude iniciar-me no mercado de trabalho. Agora posso passar uma tarde interinha tomando cerveja no centro da cidade, comer um yakissoba de barraquinha em escadaria de igreja e poder pagar tudo isso do meu bolso. Posso pagar meu dentista e ir ao cinema quando me der na telha. Isso é bom de mais!


O Natal esta aí e, apesar de não exatamente uma das minhas datas preferidas, o pessoal aqui de casa se animou na decoração deste ano.
Uma árvore enorme com fadinhas, bonecos quebra-noz e muita luz. É bom ver a noite daqui mais iluminada.





E enquanto a gente morre de calor, o namorado veio comentar de um tal cruzeiro que nos leva até a Antardica. Salgado demais para o bolso de qualquer um, o que nos resta mesmo é ver geleira na Patagonia (tá na lista).
Mas sonhar não custa nada...





Todas essas imagens e mais no link.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Mamãe Fashion

Não me lembro da minha mãe ser muito fashion quando eu era pequena. Hoje ela usa as roupas mais incríveis que se possa imaginar: sapatos finos impecáveis e roupas de grife recolhidas em lojas de São Paulo e viajens.
Aqui, uma pequena seleção de alguns modelitos de sua juventude:


Tão fofa essa imagem! Nesta foto ela deve estar perto de seus 15 aninhos. Adoro a camisa, acho ela super atual e poderia até usá-la hoje em dia.


De jeans cintura alta, camiseta branca e sandálias.


Mas opa! Conjunto de moleton morrom aveludado + bota de camurça? Ela explica que na época amava esta roupa e que tinha gastado uma fortuna nela. Juro que nunca imaginei que isto já foi moda (ainda bem que passou). O boa pinta da foto também tá bonitão, vai?!


Sempre magrinha, lembro que ela usava bastante top e frente-única. NUNCA pude usar nada deste tipo, mas acho lindo.

sábado, 29 de novembro de 2008

Love Cats!

Esses dias andei pesquisando sobre as raças de gato que existem pelo mundo. Sempre achei que existissem poucas comparado com a quantidade de raças de cachorro, mas não é que existe um montão delas? Uma quantidade de raças raras e caríssimas que as vezes só são encontradas em gatis super especializados.
E eis que encontrei a raça que achei a mais incrível de todas: o Angorá! São realmente lindos! Geralmente de olhos azuis ou bicolor, a cor original da pelagem destes gatos costuma ser branca. Revirei a web entrando em vários sites de gatis espalhados pelo Brasil e infelizmente descobrí que essa raça é quase impossível de se encontrar para comprar.
Algumas fotinhas (via google):







E os Persas brancos, não menos lindos:


segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Amy

Na primeira vez que vi a Amy Winehouse cantando achei ela o máximo. Acho o estilo dela um dos mais legais que vi em celebridades até hoje. Juro que no início até a considerava bonita. Mas no início!
Amy começou assim:



Foi ficando assim:




E terminou assim, foto tirada nesta última semana. Não acreditei. Não pode ser a mesma pessoa. Amy, coloca sua peruca de volta! Enrola um lenço na cabeço! Coloca uma blusa por baixo dessa transparência. Volta pra luz Amy, que esse estilo não te favorece.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

O caso das Calopitas

Fred chegou numa tarde prontinho para ser dado ao meu irmão de aniversário, com a promessa de que era uma Calopita macho e que cantaria sem párar. Ledo engano, os meses passaram e nada do machinho aprender nem se quer um simples assobio. O único som que saia do bico dele era béééé, tuuuuio, e piiiiiiiiiu. Foi então que chegamos a conclusão de que Fred era mesmo Frederica.

Acontece que a Frederica cresceu, engordou, ficou mal humorada pacas, e numa das suas crises de mal humor, fugiu por uma das janelas de nosso apartamento. Isso fez com que minha família e todo o bairro saísse numa missão de resgate em busca do pássaro perdido. Um fim de semana inteiro perdido correndo atrás de um animal que voava na altura de um prédio de 50 andares e nós, pequenos seres andantes, correndo de um lado para o outro a berrar: "Pepeta, volte para casa!".
Lembro-me que uma vez um amigo meu disse que o cérebro desses pássaros é só uma aguinha pastosa, e que de espertos eles não tem nada.
E veja bem, a Frederica nunca soube falar, mas naquelas tardes em que ficou perdida ficou sobrevoando nosso prédio sem saber ao certo em qual janela ela deveria entrar. Daí percebi que de burra ela não tinha nada, pois poderia ter ido até o outro lado da cidade mas sabia que sua casa era por alí.

Frederica voltou para casa no dia seguinte ferida e faminta, mas nunca mais colocou o bico pra fora novamente.
Para salvar seu tédio, minha mãe um dia apareceu com Jean Pierre, crente de que aquele sim era macho só porque fazia um som engraçadinho muito diferente da Frederica.
Três meses se passaram e Jean Pierre só fala bééé, tuuuio e piiiiu, exatamente como a outra. Os dois dão um trabalho danado e brigam muito, e até hoje não sabemos qual das duas é o macho, se as duas são meninas, um verdadeiro mistério.





Essa daí é a Frederica. Fico devendo uma fotinho do Pierre. Essa semana juro que lembro de postar!

Praia!




Depois de passar meses sem fim apenas trabalhando e estudando, inclusive nos finais de semana, neste sábado pude colocar os pés na areia novamente!
O friu e a chuva (não programados) não nos impediu de beber muito em frente ao mar e assitir aos fogos de artifício que enfeitaram o céu na noite de sábado. Não sabemos qual foi a comemoração, mas o clima que ficou foi de ano novo.

O mais legal foi encontrar uma lojinha de um colecionador com vários bonequinhos
personalizados dos Simpsons. Tive que levar! Apesar do preço meio salgado, a vontade que dá é de sair colecionando toda a série.

Pena que durou pouco. De volta pr'a campinas, já estamos no batente novamente.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

sábado, 4 de outubro de 2008

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Control




love will us tear apart é uma das músicas que mais esteve presente em minha adolescência, e que até hoje ouço quando procuro algum som que realmente me toque de alguma maneira.

Why is the bedroom so cold? You've turned away on your side
Porque este quarto está tão friu? Você virado para o seu lado.

Is my timing that flawed? Our respect runs so dry
Yet there's still this appeal that we've kept through our lives

É o meu tempo que falhou? Nosso respeito murchou tanto
Mas ainda há esta atração/ Que mantivemos em nossas vidas


Tão jovem Ian escreveu esta música, com um entendimento do amor muito avançado para o seu tempo de vida. Mas a minha música preferida da banda ainda é a transmission (Dance, dance, dance, dance, dance, to the radio!) a qual pude ouvir novamente estes dias enquanto assistia Control, filme biográfico que conta a breve história de vida do cantor.
Aos 23 anos Ian suicidou-se e deixou para o mundo dois discos, uma filha ainda pequena e um legado que mais tarde tornou-se o New Order. O fascínio dos ingleses e do resto do mundo por Ian parece ser tão grande que até hoje são produzidos filmes e documentários sobre sua vida e banda.

Control é um desses filmes leves e poéticos que tenta transmitir de maneira fiel a angústia de Ian, seus problemas conjugais e os problemas que ele enfrentou diante de sua doença. Ficam no ar ainda os motivos que o levaram a cometer suicídio tão jovem, um pouco de falta de coragem diante das adversidades, indecisão e cansaço, coisas que somente podemos cogitar. Mas toda esta tristeza é deixada de lado para aqueles que sabem apreciar o som, as belíssimas tomadas em preto e branco regadas ao melhor som pós-punk oitentista, que o Joy Division produziu tão bem.

sábado, 27 de setembro de 2008

La viaje

No início deste ano eu e meu namorado fizemos um mochilão de quase um mês passando por Bolívia, Peru e Chile. Depois de muito tempo organizando fotos e relatos, finalmente meu blog de diário de bordo está pronto!

http://www.viajandopelaamerica.blogspot.com/

Deu um trabalhão conseguir deixá-lo com a cara que eu queria, mas valeu a pena. As imagens estão lindas! Sempre que entro lá me dá muita vontade de viajar novamente.
Se tudo der certo (e se as economias renderem) ano que vem estaremos novamente de mochila nas costas.


segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Butterfly



Este ano a Prada lançou uma coleção baseada em borboletas. Nada de novo no tema, mas pirei quando ví este óculos com o formato de asas que custam uma pequena fortuna no Brasil: cerca de 1.200 reais. Nesse fim de semana andei de olho em algumas vitrines de óculos de Sol mas não ainda não ví o modelo por aquí. Nos EUA já está a venda uma versão falseta bem baratinha, mas por enquanto ninguém que eu conheça esta para viajar.
E ao procurar pela coleção, encontrei este vídeo da coleção que achei um sonho.
Lindo, lindo:


quinta-feira, 4 de setembro de 2008

O feliz fim de Policarmo Mari

Só para constar que após ficar 28 horas direto tentando comprar os ingressos para ver Madonna ao vivo, as 4h desta madruga consengui finalizar minha compra. ALELUIA!

Mas agora preciso de um parênteses:

(gritando por dentro: *%#!!!! CONSEGUI COMPRAR ESSA M********!!! EU MATO ESSA EMPRESA DE *#@!!!! VINTE E OITO! EU DISSE VINTE-OITO-HORAS FRITANDO MEU CÉREBRO NA FRENTE DO PC PARA PAGAR TAXAS ABUSIVAS E FAZE-LOS AINDA MAIS RICOS!!! TO COM OLHEIRA, TARABALHANDO CANSADA, PERDI AULA E TUDO POR CAUSA DESSES #@#!@#$$#$ QUE SABEM QUE ISSO É BRASIL E NÃO ESTÃO NEM AÍ PRO PÚBLICO. VAI SE @#$%$% TAMBÉM ESSA BENDITA MÁFIA DE CARTÃO DE CRÉDITO QUE NÃO PERMITE, EU DISSE NÃO-PERMITE QUE NINGUÉM QUE NÃO TENHA OUTRO CARTÃO QUE NÃO SEJA BRADESCO E AMEX POSSA IR NA P¨*%$$# DESSE SHOW.)

Ufa, realizei. Tô feliz, agora é só esperar dezembro :)

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Las úlitmas - On the Telephone


Último contato com meus amigos da fila: ninguém chegou perto das bilheterias. A polícia tá lá, as milhares de pessoas que estão na fila estão putas da vida e pelo visto se as coisas não mudarem vai dar a maior confusão. Os organizadores que estão por alí não sabem de nada. Criaram uma fila preferencial para idosos e estes compram perto de 10 ingressos e depois voltam para a fila novamente. Tudo isso para vender para os cambistas.
Na mão desses o ingresso no pior setor não vai sair por menos de 1.500 reais.
Já ameaçaram invadir a avenida. O boato é que só sobrou ingresso para arquibancadas.

Enquanto isso tem gente tentando ainda pelo site, mas o problema de antes prevalesse.
Não sei de nada. Só estou acompanhando.

Tickets for Hell - As últimas do show.

Cansei. Tô irritadíssima.
Meia noite desta madrugada comecei a tentar comprar os ingressos para este bendito show. Tentei novamente a 1h, as 2h, as 3h, as 4h e apartir das 5h da manhã fiquei com a cara na frente do computador direto. Já são quase 15h e eu continuo tentando. Perdi aula, perdi meu dia de folga do trabalho.

Liguei para meus amigos que neste momento estão na fila do Morumbi e eles me contaram que assim que as bilheterias abriram o pessoal invadiu e ninguém conseguiu comprar nada até agora, e que a fila deixou de existir e só sobrou o caos. Me contaram que meia-entrada para pista VIP acabou também, mas como meu deus, se ninguém desse país consegiu comprar nada?

Estou repetindo o procedimento de compra diversas vezes, mas ela não finaliza. No final da compra diz que não selecinei ingresso algum, sendo que os selecionei milhões de vezes.

Se não conseguir comprar, juro que saio daqui agora e vou ao Shopping gastar todo esse dinheiro. E porque eu me rejeito?! Porque sou filha do terceiro mundo. Pago uma
fortuna + taxa de serviço para uma empresa que não funciona, perco uma noite de sono e tudo isso para roer as unhas.

domingo, 31 de agosto de 2008

E lá vamos nós!


Indispensável para mim ir a este show (assim como é para 80% das pessoas que conheço). Pr'a ver a tia de perto gasto até o último centavo do meu mísero dinheirinho. E pista vip, lógico. To indo com a amiga e vendo se consigo arrastar o bofe (esse tá em dúvida se vale a pena).

E será no dia 2 para o dia 3 de setembro que ficaremos com a cara grudada no computador para comprar correndo. Ai ai, de roer as unhas!

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Frieda



No início do ano me trouxeram toda a linha do John Frieda para que eu experimentasse. É incrível! O cabelo fica seda pura. Aqui no BraZil cada um custa cerca de R$ 47 a 50 reais, impossível de se usar a linha completa. Mas lá fora cada tubo custa cerca de 5 doletas, ou seja, nem um terço do preço que eu pagaria por aqui. Agora cada vez que algum amigo ou parente viaja peço para que tragam algum, e o cabelo não enjoa! Continua lindinho e brilhante. E não se compara nem de perto à linha da Loreal Absolut Repair, outra que considero excelente. Além de vir em maior quantidade, a marca do John Frieda deixa o cabelo bonito e bem cuidado sempre, impossível de se ter um “bad hair day”.
Não é propaganda, é paixão mesmo. Recomendadíssimo.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Galactica


Galactica não erra, por isso mostrou-se ser uma das melhores séries dos últimos tempos. E olha que sou um pouco chata para seriados, começo adorando a primeira temporada e acabo odiando as reviravoltas que os roteiristas dão para as
temporadas seguintes. Foi assim com Lost. De série preferida ela tornou-se a mais chata de todas para mim. Todos os seus personagens e enredos foram se
desconectando de tal maneira que ao chegar na terceira temporada, a impressão que fica é que
estou assistindo a uma verdadeira encheção de lingüiça.


Mas não é o que acontece com Galactica. A série evolui e continua uma delícia. No fim da terceira temporada ela está cada vez melhor. A mistura drama e ficção científica nunca foram caminharam tão bem juntas, e as questões da humanidade versus máquina é magistralmente bem representada sem os clichês de que estamos acostumados. Os personagens vão se revelando e evoluindo sem nunca perderem a consistência, e nossa empatia com eles fica incrível ao desenrolar das temporadas. Os chamados Cylons, vilões da série, são uma mistura de humanos com máquinas, e perseguem a humanidade espaço afora para destruir toda nossa civilização e tomar nosso lugar, pois consideram-se mais evoluídos e perfeitos do que nós. Mas como foram criados pelos homens, aos poucos vão apresentando conflitos e sentimentos muito semelhantes à de seus criadores, e alguns passam a apresentar sinais de individualidade. Quanto aos humanos, que são constantemente perseguidos e exterminados, ficam confusos diante de uma raça tão semelhante a sua. Ao descobrirem que alguns de seus colegas de convivência não são humanos, mas sim Cylons infiltrados, os humanos nem sempre sabem lidar com isso, e acabam incorporando os não-humanos em suas comunidades, movidos por sentimentos de paixão e confiança, mesmo sabendo que aqueles indivíduos possam se rebelar e exterminá-los a qualquer momento.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Zumbizada de Romero

George Romero está de volta este ano e lançou seu quinto (e não último) filme de Zumbis. Para quem esperou o filme ser lançado no cinema brasileiro assim como eu, foi surpreendido pela notícia de que o filme não passaria por aqui. Por sorte ele foi disponível para download com legendas em português. Não esperei nem um segundo quando trouxeram o dvd aqui em casa e imediatamente corri para a frente da TV, com uma expectativa que não tinha desde que estava na fila do cinema na estréia de seu quarto filme, “Cidade dos Mortos”, a exatamente 3 anos atrás. Nesse dia lembro-me de ter saído do cinema feliz da vida. Romero tinha novamente produzido uma obra prima que não deixava nem um pouco a desejar para os seus filmes de 30 anos atrás.

Como fã do diretor e do gênero, acompanhei todas suas produções desde o começo, e compreendi que todos os seus cinco filmes foram apresentados cada um com um fundo sócio-político do período, e as histórias foram coordenadas de modo a nos dar a idéia de que os eventos apresentados em cada filme estão todos correlacionados.


Em 1966, o diretor lança “A Noite dos Mortos Vivos”, quando os mortos voltam à vida movidos pelas armas químicas que estavam sendo desenvolvidas no período da guerra fria. Neste momento, Romero narra sua crítica aos acontecimentos do Vietnã.



Alguns anos depois, o diretor retorna para produzir seu segundo filme da série, que se passa mais ou menos na mesma época que historia do primeiro. “Despertar dos Mortos” (meu preferido de todo a série) conta a história de alguns sobreviventes que se refugiam dentro de um shopping center, cenário utilizado para as críticas do consumismo exagerado de nossa sociedade.


Em 1985, o terceiro e menos popular é lançado pelo diretor. Aqui, a história acontece alguns anos após a terra ser completamente dominada por zumbis, e alguns poucos sobreviventes tentam desenvolver uma cura enquanto vivem num abrigo subterrâneo de Miami. Apesar de não ter feito muito sucesso, neste filme nos é apresentado o Bud, zumbi mais esperto que os demais e que consegue interagir com humanos. Um dos personagens mais famosos do gênero, até hoje é escolhido como o zumbi preferido dos fãs.


Vinte anos depois, quando se pensava que o diretor já tinha aposentado seus filmes de zumbis, ele reaparece com o quarto e ótimo “A Cidade dos Mortos” cuja história continua a partir do terceiro. Nessa nova trama, os sobreviventes do holocausto já se reorganizaram dentro de cidades isoladas, e o que se nota é que a sociedade reproduziu-se da mesma maneira que antes: capitalista, cheia de desigualdades, sexisismo e exploração. Mas o diretor foi mais longe nessa história quando seus zumbis começam a criar consciência de que eram massacrados, e iniciam juntos uma marcha rumo à cidade. Alguns fãs mais rigorosos não curtiram muito a idéia, mas vale lembrar que o Bud, personagem do terceiro, já apresentava sinais de evolução. Acredito que este era o quarto passo a ser dado pelo diretor, que aproveitou para criar uma das melhores metáforas para consciência de classes já feita.


Em 2007, o diretor retorna ao gênero e nos apresenta “Diário dos Mortos”, com uma crítica mais atual do que nunca. Antes de assistir ao filme li várias críticas de fãs dizendo que este era o mais fraco de toda a série, mas permaneci otimista e fiel ao bom gosto do diretor. Após assistir duas vezes (fiquei preocupada quando na primeira quase peguei no sono) consegui chegar a mais amarga conclusão: o filme é fraco, fraco, e fraco. O elenco é tão ruim que não consegui tirar da cabeça a sensação de que estava assistindo um filme para pré-adolescentes. Nessa nova história, que se passa bem no início da infestação, um grupo de estudantes de cinema descobre que os mortos estavam voltando à vida e partem de carro ao encontro de suas famílias. No meio do desespero, um dos caras tem a idéia de sacar uma câmera e sair filmando os acontecimentos e publicar simultaneamente no YouTube, para que pessoas do mundo todo pudessem assistir em suas casas. Daí o que temos é uma produção inteirinha filmada em primeira pessoa, mas surpreendentemente bem executada e editada pelo diretor.

O que se pretendia mostrar aqui é o novo fenômeno midiático em que nos encontramos, a recente obsessão pela informação rápida e nem sempre confiável que vemos na internet, a geração movida à imagem e não ao conteúdo, o fenômeno de massas. Frases do tipo “Quando há um acidente as pessoas param para olhar, e não para ajudar”, “Se não foi filmado é porque não aconteceu” ou a melhor de todas “ No meio de tantas vozes, torna-se mais difícil encontrar a verdadeira”, referindo-se ao bombardeio de informações que acessamos todos os dias de nossas casas. O conceito é legal e bem abordado, mas tudo isso é abafado pelas más interpretações e situações previsíveis. Nem as cenas de gore muito bem elaboradas salvaram o dia.

Diante deste triste fim, só me resta aguardar que o velhinho viva o suficiente para finalizar sua criação com chave de ouro.